27 de janeiro de 2025
Laiza Rodrigues

Opinião - Perda e Luto: Arte como Ressignificação

Não há nada tão humano quanto a perda. Perdemos e perderemos, sempre. Na vida, acumulamos inúmeras dessas experiências e, consequentemente, seus efeitos emocionais. Embora universal como vivência, perder algo ou alguém de grande significado em nossas vidas traz consigo um conteúdo emocional profundamente pessoal. A esse processo, damos o nome de luto.  

Trata-se de um fenômeno multifacetado, marcado por diversas emoções, como  nostalgia e arrependimento, que podem, quando exacerbadas, dificultar o caminho para a aceitação experiencial, mantendo o enlutado preso em um ciclo de autocríticas,  isolamento e hipóteses irreais. Enquanto a nostalgia evoca memórias e saudades  idealizadas, reforçando a sensação de ausência, o arrependimento nos confronta com os  reflexos de nossas escolhas, feitas ou não, por meio de pensamentos como: “E se eu  tivesse dito isso?” ou “E se eu tivesse agido diferente?”.  

É fundamental compreender que o luto tem seu próprio ritmo. Embora sejam  apontadas etapas como negação, raiva, barganha, depressão e aceitação, a vivência do  luto não segue um ciclo padrão ou linear. Cada pessoa simboliza a perda de maneira única  e particular. A ressignificação, por sua vez, envolve encontrar novos sentidos para a  experiência do luto, incluindo a reconstrução de objetivos de vida alinhados aos valores  individuais. 

Nesse contexto, manifestações artísticas, como a música e o cinema, desempenham um papel importante no processo de luto. Um exemplo notável é o álbum  DeBÍ TiRAR MÁS FOToS, que explora a temática da perda e da memória de forma visceral e poética. As músicas desse álbum validam os sentimentos de quem as ouve e, ao mesmo  tempo, expressam emoções que muitas vezes parecem indescritíveis. Outro exemplo é o recém-lançado filme Ainda Estou Aqui, que aborda a perda, a memória da ausência, o luto  aberto e a luta incansável pela verdade frente a dor. 

A arte diz aquilo que, por vezes, a boca não consegue expressar. É uma via poderosa para compreender e elaborar as emoções associadas à perda, ajudando-nos a  transformar a dor em memórias significativas e a construir novo sentido para o futuro. Nas palavras de Ferreira Gullar, “A arte existe porque a vida não basta”. 

Bruno Nogueira Garcia - professor do curso de Psicologia da Unifametro

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